Mostrar mensagens com a etiqueta os poemas da minha vida. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta os poemas da minha vida. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
[corazón habitado]
MADRE: quiero olvidar
esta creencia sin descanso. Nadie
ha visto un corazón habitado:
por qué este pensamiento irreparable,
esta creencia sin descanso?
Estar desesperado,
estar químicamente desesperado,
no es um destino ni una verdad.
Es horrible y sencillo
y más que la muerte. Madre:
dame tus manos, lava
mi corazón, haz algo.
Antonio Gamoneda
Antología poética, Alianza Editorial
Etiquetas:
António Cabrita,
Antonio Gamoneda,
os poemas da minha vida
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Corpo Agrário
*
Lavra-se pouco na terra dada
da lavra de lavrar chão
(os arados hoje sulcam
a superfície do corpo)
lavra-se pouco na terra atenta
da lavra de lavor quente
em pousio estão as terras
(agricultura
do corpo)
assim a carne repousa
moldada à nova função
(a de seara que espera
sob o sol a ceifa breve
e a extinção).
Nuno Guimarães
Poesias Completas
ed. Afrontamento, 1995
Lavra-se pouco na terra dada
da lavra de lavrar chão
(os arados hoje sulcam
a superfície do corpo)
lavra-se pouco na terra atenta
da lavra de lavor quente
em pousio estão as terras
(agricultura
do corpo)
assim a carne repousa
moldada à nova função
(a de seara que espera
sob o sol a ceifa breve
e a extinção).
Nuno Guimarães
Poesias Completas
ed. Afrontamento, 1995
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Bétula
Serás a humílima árvore.
A árvore a tinta
da china desenhada.
A árvore de papel.
Serás a bétula
abstracta e concisa.
A bétula do Nepal.
A que não existe
senão na linguagem.
Serás a que sonha os dias,
as noites, as lembranças.
A que protege
da ira inclemente.
A que protege
do sopro do tempo.
A da sombra feliz.
Luís Quintais
ANGST, edições Cotovia, 2002
Etiquetas:
Luís Quintais,
os poemas da minha vida
domingo, 10 de agosto de 2014
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado."
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água
[quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adélia Prado
Bagagem
Editora Guanabara
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado."
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água
[quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adélia Prado
Bagagem
Editora Guanabara
Etiquetas:
Adélia Prado,
os poemas da minha vida
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Poema
Onde só queda alguén pra aguantar dos nomes
poño eu a ampla fronda
a redroma dun castiñeiro
e sentada á súa sombra xunta a longa estirpe do
último labrego.
Non coma as estirpes dos reis
ciscadas en múltiples pazos e alcázares
en países diversos
senón as estirpes campesiñas
xeraciós e xeraciós
xuntas á porta das casas pechadas
na escaleira de pedra
ou nas raigañas fóra dunha árbore coma esta.
Estirpes da gleba
amosados mortos que nin oxa o sol de Xullo
cando se erguían pra gadañar co orvallo!
Gadañarei outro ano
gadañarei em homenaxe
non por que a herba volva tenra e igual
e defender os prados gañados á bouza.
Gadañarei coma nas grandes rogadas do Vrao
tralos gadañeiros sucesivos
lambendo com brío os calcaños de diante.
Ir e vir a gadaña canta a ritmo binario
sobre um fondo de roxe ou río contino.
O Courel. Vrao 1995
Uxío Novoneyra
Onde só queda alguén pra aguantar dos nomes
ed. Noitarenga
Etiquetas:
Courel,
Galiza,
os poemas da minha vida,
Uxío Novoneyra
Subscrever:
Mensagens (Atom)