*
com as trovoadas de maio comeremos peixe do rio
abandona a arte da subtileza e traz assobios para os cães.
os marmeleiros já têm melros e outros frutos
as mãos, que as tuas mãos regressem de monte a monte
Rui Duarte Mangas
sábado, 31 de outubro de 2015
sábado, 17 de outubro de 2015
[Quero decir paixón]
*
Un levián orballo, unha ledicia
e vai nacendo este milagre novo,
este medrar preciso do teu peito,
esta quentura fonda ou esta lúa
que esbara pola bris do meu ollar.
Com feble luz tremente, eu tezo fios
pra cántigas de amor, claras e inxeles:
e vou prendendo vivas labaradas
no agarimo profundo do teu seo.
Quero decir paixón, e digo noiva
con verba labourada en fino labio,
digo mencer tranquilo, serán quedo,
anceio de durmir no teu acougo.
Antón Avilés de Taramancos
O Tempo no Espelho
ediciós do Castro
Etiquetas:
Antón Avilés de Taramancos,
os dias imperfeitos,
poesia galega
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
[corazón habitado]
MADRE: quiero olvidar
esta creencia sin descanso. Nadie
ha visto un corazón habitado:
por qué este pensamiento irreparable,
esta creencia sin descanso?
Estar desesperado,
estar químicamente desesperado,
no es um destino ni una verdad.
Es horrible y sencillo
y más que la muerte. Madre:
dame tus manos, lava
mi corazón, haz algo.
Antonio Gamoneda
Antología poética, Alianza Editorial
Etiquetas:
António Cabrita,
Antonio Gamoneda,
os poemas da minha vida
domingo, 11 de outubro de 2015
DECIR QUE NO
Ya lo sabemos
es difícil
decir que no
decir no quiero
ver que el dinero forma um cerco
alredor de tu esperanza
sentir que otros
los peores
entran a saco por tu sueño
ya lo sabemos
es difícil
decir que no
decir no quiero
no obstante
cómo desalienta
verte bajar de tu esperanza
saberte lejos de ti mismo
oírte
primero despacito
decir que sí
decir sí quiero
comunicarlo luego al mundo
com un orgullo enajenado
y ver que um día
pobre diablo
ya para siempre pordiosero
poquito a poco
abres la mano
y nunca más
puedes
cerrarla.
Mario Bendedetti
Antologia poética, Alianza Editorial
Etiquetas:
convergência à esquerda,
Mario Benedetti
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
o amor em pousio
no amor em pousio
dorme uma tangerina
ainda verde
dorme uma tangerina
ainda verde
Etiquetas:
o amor me pousio,
os dias imperfeitos
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
ACORDAI
Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raiz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
José Gomes Ferreira
Etiquetas:
acordai,
José Gomes Ferreira,
Lopes Graça,
os dias do fogo
Subscrever:
Mensagens (Atom)