Cheio d'inspiração,Lucano escreve:
O aureo estilete célere caminha
Como doirado insecto na tabuinha
Que a cera cobre de camada leve.
Por traz do Poeta, surge,alva de neve,
Polo Argentaria, dele se avizinha
E espreita os versos: nunca uma rainha
Tão jubiloso e nobre orgulho teve!
Nisto, a meio um verso, o poeta hesita;
Mas Pola, em doce voz, logo lhe dita
O hemistíquio fugaz que tanto o rala;
E ao escrevê-lo, febril,com mão nervosa,
Marco Lucano crê, sem dar p'la esposa,
Que é a própria Calíope quem fala...
Eugénio de Castro
in Camafeus Romanos
terça-feira, 30 de junho de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário