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sexta-feira, 1 de maio de 2015

maio

*

os longos dias de maio
rubros e doces
na longínqua memória
dos pássaros.
é tempo de aparelhar a cana
e descer ao rio
trutas    hortelã
lençóis de linho: uma palavra
uma palavra no bolso.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A PALAVRA É UMA BELA CEREJEIRA

povoa-se a palavra
de pequenina flor branca.
a palavra é uma bela cerejeira
se a escrevo no mês de abril.

vêm as chuvas
esborratam a brancura
se transmuta em cereja
a palavra que fica rubra
quando maio a mão a escreve.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Cerejas

partilho as cerejas com a fome autóctone
das aves. maio, espantoso maio: tudo visita
a cerejeira, no fundo do quintal.rubra doçura.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A cor dos frutos

a tempestade sobre a casa
chuva desabrida toda a noite
são carros de pão, diriam
os antigos que pela fome mediam o mundo

a tempestade, digo
no desfazer do dia
olho a tristeza da cerejeira
sem a cor dos frutos. despeço-me dos que vêm de maio

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Na infância a mãe

viageiros floridos
como gamos na época de seduzir
os que vêm de maio olham-me
uma mulher diz , na infância a mãe
pediu-me para retirar o caroço
de cerejas. Passei uma tarde na paciente tarefa
que um bolo escondeu. Desde esse dia gosto de as ver
gosta da palavra que lhes dá o nome, mas nunca
mais comi cerejas, nunca mais as suspendi nas orelhas
como se fossem brincos – gesto sensual irrepetível
como toda a juventude é.

os que vêm de maio cercam a mulher
a companheira de viagem como se quisessem
apartá-lo do meu olhar

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Nas avelaneiras

Os que vêm de maio caminham devagar
no bosque, há folhas tenras no carvalhal
nas avelaneiras junto à água e o silêncio enamorado da rola
no ponto mais alto do freixo. os que vêm de maio
trazem agora ramos das cerejeiras
saem assim em cortejo festivo do bosque
iluminam o dia com o suave fogo dos frutos

param no largo, os que vêm de maio. logo as crianças
pressentem a colorida doçura dos ramos