domingo, 15 de junho de 2008

beber da mesma água

*

os que vêm de maio

agora se despedem de mim

partem como as aves no outono

sem um aceno, sem um derradeiro olhar

como se assim fossem eternamente livres

de traçar o destino. os que vêm de maio

alguns conheço: trocámos rosas

bebemos da mesma água

mas agora se despendem

como se temessem as fogueiras de s.joão

a noite de cheiros: memória primordial

e última da terra.

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