sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tangerinas

*

A cuidar de vícios,
como de árvores de fruto,
pode-se aceder a um noticiário,
por desfastio,
ou para que as neves do Ártico
não derretam
sem que chegue a informação,
ou para escapar brevemente
à tentação do absurdo,
que é ainda, com o azar,
a melhor explicação das perdas
na roleta, imagino tangerinas
num pomar do sul da europa -
o cheiro do mar e do sol
e muitas moscas.

José Alberto Oliveira
PIOLHO, revista de poesia, 11

Sem comentários: