segunda-feira, 16 de agosto de 2010

água de lima

a secura dos campos que foram verdes
verdes ao longo de gerações
o milho regado ao pé
pela levada da aldeia
o murmúrio da água de lima
a correr pelos pastos.
do minho dessa imagem do minho
que te persegue como um
vício absurdo quase nada resta.
Falam-te de chegas de bois
nos campos da lama
na festa de s. brás
e tu vês a mina dos escuros
onde a mãe lavava a roupa
morta também de secura: o maior ultraje.

1 comentário:

A.M. disse...

Venho aqui com a regularidade com que ia à fonte buscar água para a minha mãe fazer o caldo.E aqui mato a sede.Às vezes fico triste, e pergunto-me se vale a pena fazermos esta peregrinação que poucos entendem. E volto. E volto sempre à fonte.