Estou debaixo de uma tangerineira
cheia de pássaros maduros
nada procuro. só a fugidia
sensação de anotar o amadurecimento das aves,
a silenciosa ternura da tangerineira que conhece a malvadez dos ventos.
nada procuro. é frágil a pele da tangerineira: os gatos afiam
aí as unhas. e ela, cheia de alegres pássaros maduros, nada diz.
é esse silêncio vegetal que interroga, que te perturba. e tu nada sabes
nada sabes do enredo íntimo da tangerineira: da espantosa
alquimia de fazer do húmus pássaros maduros - regressam pela tarde
exaustos de doçura.
que nome dar aos humildes pássaros que a tangerineira transmutou a identidade.
tu nunca viste uma rã colorida.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
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