sexta-feira, 29 de maio de 2009

Que morre devagar

E de quem são as casas, pergunta o homem do saco de cabedal. Olhe, medraram da ruína tão lestas como tortulhos em grainha de uva. Foram nossas, do povo da aldeia que morreu devagar, porque ninguém tem pressa de ver Deus. Quem as explora? Disso não estou a par... Mas uma coisa é certa, desagrada-nos a pouca vergonha que arribou a esta terra. Até mulheres nuas, nuas como vieram ao mundo, nascem nas bordas do rio. Não é que a gente desgoste da caça. Sabe, a velhice: sentimos coelho na toca e falta-nos o furão, entende. De quem são as casas? Ó amigo, será que eu falo galego!

Sem comentários: