Não há um amigo
perto. Outros pés
não há que tragam
o ir e o vir
de um milhar de ruas
Há uma boca
industrial e devora
a raiva toda
dos lugares.
Há a voz emboscada
nos livros por ler
os pulsos que não
nos levam já
a qualquer carta
pelo menos hoje
pelo menos carta.
Há as mães acordadas
e emigram connosco
noite após noite
para o dia seguinte
e a cicatriz que cose
pela face alguns
remendos doutras
companhias.
Victor Matos e Sá
Companhia Violenta, ed. Centelha, 1980
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