a noite despe-se
pássaro morto de frio
estertor de corça
ferida pela lasca de sílex
suave aroma de urzes
calcorreia o teu cabelo
*
a noite, pasmo húmido
paixão inútil e obscura
música sedutora para
quem (não) gosta de estar só.
*
encho os pulmões de noite
debruçado na janela
voltada para o coração da cidade
neste momento escrevo essa sensação
um pouco fétida: avariou
o frigorífico do nosso lirismo
*
Porto,1984
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
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