sábado, 4 de outubro de 2014

A laranja



a manhã no silêncio dos choupos
à beira da água limpa
como uma noite leve de granito
qualquer dia a luz
será tão nossa que cegaremos os olhos
em farpas de cristal
antiquíssimo como o nosso desejo
o nosso desejo é uma laranja perdida
no rio de ternura violenta
quem me expulsou do paraíso branco
pintado de fresco
pintado de fresco porque é branco
azul é a anulação do preto
o sol é a anulação do azul
em áfrica há sol e azul
em separação de bens

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