*
as tardes de domingo, começam
sair de casa, como se fora para longe...
e voltar a ela, sem vontade de fazer nada.
tenho o domingo no corpo
minha mãe prepara a feijoada com solas para o almoço
meu pai dorme na tarde para a semana inteira
e ressona alto
as vacas e seu cheiro entranham-se-me
minha mãe tira leite, mais cedo que o habitual
e adormeço num silêncio quente
gosto de não existir neste tempo
meu pai, abeira-se de minha mãe. todos quietos.
eu não entendo nada.
talvez, por isso, pereça
a poesia
Aurelino Costa
Domingo no Corpo, Deriva Editores
domingo, 24 de novembro de 2013
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