terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A fome apátrida das aves

A fome apátrida das aves deixou marca nos dióspiros. O meu filho dorme, o repouso cicatriza a ferida. Brévia, observo a brévia submersa na manhã. Abro a navalha de enxertia: de um só golpe, degolo o cavalo. Já não tenho quarenta anos, digo. A palavra, como a nossa vida, é inexorável substância de aluvião.



(in Brévia, Hidra Editores, 2005)

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