segunda-feira, 15 de junho de 2015

Coração vegetal



“Tu disseste: olha o jacarandá florido, fica  rente à felicidade. Um dia chegarás ao seu coração vegetal, apertado: achas a luz, a claridade das árvores bebida pela raiz –   limpidez  resgatada do âmago da terra”.
 Uma história do medo (“que  animal é o medo?”), da clandestinidade política, de afetos e traições. Da tortura, da mais bárbara tortura e da perigosa arte do silêncio (não rachar) perante os torturadores. O romance parte de um facto real: o assassinato de um “proprietário e capitalista ”, dizem os jornais da época, na  Rua do Bonjardim, no Porto.  Crime mal esclarecido, que a polícia política se apressa a atribuir a  “grupo de malfeitores” comunistas e a três refugiados rojos da guerra civil de Espanha.  
Jaracandá decorre no início dos anos quarenta,  um dos  períodos de maior crueldade do fascismo português, respaldado numa sociedade apavorada, e num jornalismo subserviente, mentiroso, infame. Afinal, quem foram os autores do “Crime do Bonjardim”?  Porque desapareceu o processo, julgado em Tribunal Militar Especial Político, do Arquivo Histórico Militar?
Ed. da Teodolito, chancela do grupo edições afrontamento, junho de 2015.

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