quinta-feira, 12 de junho de 2014

ronaldização da realidade


Em 15 de janeiro de 2009

Trabalho em vias de extinção
Hoje vi empurrar para a borda alguns amigos. Eu podia fazer parte do grupo. Pela manhã disseram, a cada um, individualmente, O teu posto de trabalho foi extinto. Eu podia fazer parte do grupo, todos nós podíamos. Mas foram eles, os meus amigos. O João Paulo Mendes, o João Fonseca, o João Paulo Coutinho,o Alfredo Mendes, o Luís Bizarro Borges, a Rita Senos, a Paula Silva, a Paula Sanches, o Hernâni Doerllinger, o Manuel Almeida, o Jacinto Velhote, o Paulo Silva, o Paulo A. Silva, o Marcos Cruz, o Hernâni Pereira, o Amin Chaar, o José Reis - o Diamantino Fitas, que sabia do que eu falava quando falava de enxertia, de abóboras ou de navalhas de Palaçoulo. Da terra, das coisas simples da terra. Perdi parte da juventude junto destes camaradas: é duro vê-los tombar da borda. A lista, enfim, é bem mais extensa.

Ontem, 11 de junho de 2014, um dia depois do desmaio de Cavaco Silva e um dia antes da abertura do campeonato do mundo de futebol, continuou a saga. A administração da controlinveste, agora dirigida pelo doutor Proença de Carvalho, mandou os serviçais despedirem a Joana de Belém, a Paula Lima, o Alfredo Teixeira, o José Carmo, o José Mota, o Hélder Robalo, o Eurico de Barros, o Nuno Galopim, a Lisa Soares, o Albano Matos, o Fernando Madaíl o João Paulo Baltazar... enfim, a lista, de que também faço parte, é muito muito mais extensa. Fui despedido, via telemóvel, ao fim da manhã quando ia buscar o meu filho mais pequeno à escola.
A "ronaldização" da realidade é quase um facto consumado. A Direcção do Diário de Notícias, talvez por não dominar bem a gramática, nessas águas sabe alegremente navegar: afunda a grande nau, é certo, mas ainda há mais gente a 'abater'.

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