quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ainda os pombos bravos

tu não sabes, o voo dos pombos
bravos é determinado, a mesma frieza
de manhã de dezembro. mas agora o verão
da dança insana da ventania
folhas ainda de plátano na rua
como palavras vazias
agora o verão
tu não sabes
vilarinho de negrões
viade de passagem outra vez de passagem
de súbito o povo de fiães do rio
e um nome límpido rompe a serenidade da tarde
bento gonçalves
memória redimida
o facho da utopia levantado
renascido numa casa humilde
na discreta aldeia
a bárbara morte no tarrafal
tão longe da sereníssina luz
que ilumina os carvalhais

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