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Uma vez, Luísa Dacosta disse-me que as flores
da magnólia carecem de aroma. Remoí a humilhação
em silêncio: eu, secreto enxertador de alporquia,
que multipliquei a minha magnólia branca pelos jardins
de amigos, desconhecia aquele natural mistério.
As flores da magnólia (inundam de alegria o declínio
do Inverno) estão privadas de odor, mas a sua luz
é aromática. A minha amiga Luísa Dacosta ensinou-me
outra coisa fascinante: o Português é língua
de afectos: o eu adiciona o tu, no presente e no futuro.
domingo, 15 de fevereiro de 2015
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