*
cobre-me de mim
que não sou nada.
de vazios
de partículas alinhadas,
de movimentos organizados.
cobre-me de olhos
vazios.
olhos de cabras,
de cabras empinadas
no cimo dos penhascos.
cobre-me de olhos de cabras
empoeirados nos vazios.
*
e agora desfecha-me
para ver quem sou,
o que sou.
dá-me luz invernada,
contornos amassados
e calor imberbe.
ÓSCAR POSSACOS
Cantaria
ed.Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, 2014
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
[Olhos de cabras]
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