terça-feira, 29 de abril de 2008

Navegar nos campos

onde fica o tempo dos que vêm de maio

no relógio de sol dentro do coração dos frutos.

tempo o tempo medido por perecíveis afectos

impossível usurpação: não existe tempo na geografia do desejo

tempo é bem divino

os que vêm de maio olham a brancura

da flor da cerejeira que amortalha

a terra. é tempo de navegar nos campos

remota lavoura, paciente amargura de animal

assombrado com a trovoada

Sem comentários: