segunda-feira, 25 de abril de 2011
O mesmo cravo
outra manhã limpa
cravo, o mesmo cravo
rubra alegria
o povo
e o povo que ainda se sente povo
jamais permute utopia
pela liberdade mínima.
outra manhã limpa
se demanda mais cedo
do que mais tarde
enquanto a chama arde.
das palavras antigas
caídas na rua
limpo os musgos
afago-as de rebeldia
cravo, o mesmo cravo.
árvore, vinte e cinco de abril de dois mil e onze
sábado, 9 de abril de 2011
PEDRA DISTRAÍDA
uma árvore cheia de sono
uma casa a dormir
a pedra distraída
um pássaro a florir
e ladra a noite ferida
põe o cães a fugir
uma casa a dormir
a pedra distraída
um pássaro a florir
e ladra a noite ferida
põe o cães a fugir
sexta-feira, 1 de abril de 2011
FOGO DOCE DOS LÁBIOS A LAVRAR NO LINHO
eu sou o outro
trago palavras das lonjuras
sabem a frutos silvestres
algumas perderam o sentido
ficaram cegas
como casas abandonadas
eu sou o outro
o que procura o burel antigo
gestos perdidos
na ténue luz da tarde
o fogo doce dos lábios a lavrar no linho
eu sou o outro
o que sempre perde
e volta ao princípio.
trago palavras das lonjuras
sabem a frutos silvestres
algumas perderam o sentido
ficaram cegas
como casas abandonadas
eu sou o outro
o que procura o burel antigo
gestos perdidos
na ténue luz da tarde
o fogo doce dos lábios a lavrar no linho
eu sou o outro
o que sempre perde
e volta ao princípio.
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